Vasectomia

A Cirurgia de Vasectomia?

Anatomia: O corpo humano masculino é constituído na sua área reprodutiva por dois testículos, dois epidídimos, dois canais deferentes, duas vesículas seminais, uma glândula chamada próstata e a uretra. Os testículos e epidídimos estão alojados na bolsa escrotal. Da região caudal do epidídimo direito e esquerdo saem os dois canais deferentes em direção a próstata. O volume da ejaculação masculina é proveniente de duas áreas diferentes: os espermatozóides, que vêm do testículo (2 a 3% do ejaculado), e o suco prostático e da vesícula seminal, que são responsáveis por 97 a 98% do volume ejaculado. 

Fisiologia:  Os genitais externos masculinos já foram estudados exaustivamente por médicos e pesquisadores; assim, podemos resumir da seguinte maneira: os testículos produzem espermatozóides e testosterona. Essas glândulas estão localizadas na bolsa escrotal porque os espermatozóides necessitam para o seu desenvolvimento que os testículos mantenham uma temperatura alguns graus abaixo da temperatura normal do corpo.

As células germinativas dentro dos túbulos seminíferos (células de Sertoli) produzem espermatozóides. Quando estão maduros, os espermatozóides atingem o epidídimo. Eles são estocados lá por algumas semanas e após isso são direcionados ao ducto deferente para serem combinados com as secreções da próstata e vesículas seminais, formando assim o sêmen ou esperma. O processo todo demora aproximadamente 7 semanas.

As células de Leydig distribuídas ao longo do testículo são a fonte principal de produção de testosterona do corpo.

Em um indivíduo normal, os espermatozóides seguem pelo canal deferente para chegar a próstata e a vesícula seminal e serem expelidos durante a ejaculação. Na vasectomia, o urologista faz a ligadura do canal deferente, impedindo que os espermatozóides cheguem à próstata e à vesícula seminal, de modo que o material ejaculado não contenha o espermatozóide, que é a célula que vai engravidar a companheira. Veja no desenho a seguir o local da ligadura do canal deferente.

Em um indivíduo normal, os espermatozóides seguem pelo canal deferente para chegar a próstata e a vesícula seminal e serem expelidos durante a ejaculação. Na vasectomia, o urologista faz a ligadura do canal deferente, impedindo que os espermatozóides cheguem à próstata e à vesícula seminal, de modo que o material ejaculado não contenha o espermatozóide, que é a célula que vai engravidar a companheira. Veja no desenho a seguir o local da ligadura do canal deferente.

Vasectomia

Perguntas e Respostas sobre Vasectomia.

Definitivamente NÃO, pois não há razão orgânica para isso. O procedimento da vasectomia consiste na interrupção de um canal (“canal” ou “vaso deferente”) na bolsa escrotal, muito longe, do ponto de vista anatômico, dos nervos e artérias utilizados na ereção. Não existe possibilidade de ocorrer qualquer tipo de acidente. O pênis e os testículos não estão envolvidos no procedimento. Pela mesma razão, não há interferência no prazer sexual (orgasmo). Inversamente, alguns pacientes apontam melhora do prazer sexual pela eliminação do medo de uma gravidez indesejada.

Não, porque quando se faz a vasectomia apenas o canal deferente é interrompido, impedindo a eliminação dos espermatozóides, que correspondem a apenas 2 a 3% do volu­me do esperma. O líquido seminal (98%) continua saindo normalmente e esta diferença não é perceptível.

Não. A testosterona, hormônio produzido no testículo, entra na circulação sangüínea (por onde é distribuído a todo o organismo) através das veias dos testículos, que não são interrompidas no procedimento de vasectomia.

A anestesia é local, primeiro o médico coloca um spray anestésico local na pele da bolsa escrotal, o que diminui muito a sensibilidade à introdução da agulha do anestésico líquido sob a pele. Invariavelmente os pacientes relatam apenas uma pequena ardência no local. Durante o procedimento, após a realização da anestesia, não existe nenhum tipo de dor. O mais comum é o comentário da percepção de que “foi mexido”, mas que não chega a configurar dor.

As relações estão liberadas após cerca de 7 dias, lembrando-se sempre de usar algum método que evite a gravidez (“camisinha”, pílula ou outros) até se fazer o exame de esperma para confirmar que não há mais espermatozóides no ejaculado.

Um mínimo de 25 a 30 ejaculações é necessário para desaparecem todos os espermatozóides do sêmen, inclusive aqueles que estavam armazenados na vesícula seminal, pois, mesmo após o procedimento, certa quantidade que já estava armazenada, ou seja, já tinha passado pelo ponto da interrupção, é progressivamente eliminada (porém, devido à vasectomia, não ocorre mais a reposição). Isto acontece em aproximadamente 25 ejaculações.

A resposta mais correta é dizer que é e não é. Tecnicamente, consegue-se hoje recanalizar o vaso deferente com o uso de instrumentos que aumentam a imagem; muitas vezes, porém, mesmo com o retorno do espermatozóide ao sêmen, vê-se uma nítida dificuldade de obter a gravidez. Isto acontece por problemas de formação de anticorpos antiespermatozóides produzidos pelo próprio homem após a realização da vasectomia. Portanto, o procedimento é o melhor método anticoncepcional, mas somente para aqueles casais convictos de que nunca mais desejarão filhos. Se não existe tal convicção, é melhor optar por outros métodos anticoncepcionais.

É o método mais seguro e cômodo porque independe de participação ativa dos parceiros para evitar a gravidez, como por exemplo lembrar-se de tomar anticoncepcional praticamente todos os dias; ter de “vestir” o preservativo ou diafragma; ter os cuidados que o DIU exige, inclusive com reavaliações periódicas; etc. A segurança da eficácia do método é, inclusive, sempre confirmada com a realização do exame de esperma após aproximadamente, 25 ejaculações. No procedimento utilizam-se 4 manobras clássicas para definitivamente interromper o canal sem o risco de haver uma recanalização espontânea:
I. corte do canal;
II. cauterização dos dois cotos para causar a formação de um tecido cicatricial com a finalidade de obstruir ambas as extremidades dos cotos;
III. ligadura com fio de sutura, ou clamp metálico específico para vasectomia , ou seja, bloqueia de maneira definitiva os cotos do canal deferente.
IV. sepultamento da extremidade (coto) do vaso deferente que vem do testículo. Este fica totalmente envolvido na membrana que o circunda , isolando-o dos tecidos vizinhos.

A única diferença deste método para o método tradicional é o local e o modo de abordagem do vaso deferente (em vez de duas pequenas incisões laterais no escroto, faz-se uma abordagem central com punção e alargamento da pele). Internamente o procedimento é idêntico.

Os espermatozóides já formados vão sendo destruídos e absorvidos pelo organismo e as células germinativas, aquelas que produzem novos espermatozóides, diminuem ou até mesmo param de produzir logo que aumenta a pressão dentro do canal que foi obstruído pela vasectomia.

São poucas e de pouca repercussão (os números entre parênteses referem-se a um estudo inglês realizado sobre 6.248 vasectomias e correspondem à porcentagem de complicações). Schmidt, S.S.: Vasectomy by section, luminal fulguration and fascial interposition: results from 6248 cases. British Journal of Urology, 76:373-375,1995): hematoma no local (0,3%), infecção tratada domiciliarmente (0,7%), epididimite congestiva (4,8%). Não houve casos de infecções de maior gravidade. A epididimite congestiva ocorre pela própria razão de ser da vasectomia, pois em alguns casos os espermatozóides que ficam retidos causam essa alteração, que é tratada com antiinflamatório e aplicação de gelo.

Para atividades que não utilizem força física, o retorno pode ser em 48 horas. No caso de trabalhadores braçais ou daqueles que praticam esportes, o ideal é aguardar 7 dias.

Normalmente não é necessário retirar os pontos. Porque os pontos são absorvíveis, ou porque o orifício é tão pequeno que se dispensaram os pontos, ou ainda porque já existe alguns produtos tipo cola que dispensam a utilização de pontos externo.

Existem médicos que não recomendam, pois é uma pequena cirurgia; quando feita com completa assepsia, não é necessário o uso. Alguns médicos prescrevem antiinflamatórios e antibióticos com o objetivo preventivo da infecção e da dor.

No Brasil é difícil precisar quantos foram os homens esterilizados por esta técnica. A maioria destes procedimentos não é coberta por planos de saúde e, por isso, é realizado em consultórios particulares sem notificação do Ministério da Saúde. Com certeza a procura por este método vem crescendo na última década. No mundo, alguns países são famosos por realizarem esta cirurgia como principal método contraceptivo, como China e Índia. Nos EUA, os trabalhos mostram que 500.000 homens fazem vasectomia todos os anos.

O número de vasectomias tem aumentado nas duas últimas décadas por várias razões, entre as quais: consciência de um planejamento familiar condizente com a escala social, praticidade da cirurgia, baixo índice de complicações, custo da cirurgia, que é menos onerosa que uma laqueadura da mulher, quebra dos tabus sobre impotência e câncer de próstata. A faixa etária que mais me procura para esta cirurgia é a de homens entre 25 e 40 anos. No entanto, homens com 25 e 60 anos já foram submetidos a esta esterilização em minha clínica.

Sem dúvida. Este, por sinal, é um dos grandes tabus que impede a realização de um número ainda maior de vasectomias em nosso meio. O corte do canal deferente apenas impede a chegada dos espermatozóides à uretra, fazendo com que o testículo entre em repouso e não mais produza espermatozóides. O líquido seminal, que por sua vez é produzido na próstata e na vesícula seminal, continua sendo eliminado durante a ejaculação, normalmente. O volume do ejaculado continua o mesmo, apenas não está presente o espermatozóide, o que, afinal de contas, é o principal objetivo desta cirurgia. Este morre e é reabsorvido pelo próprio organismo. Com relação à função erétil ou potência sexual também não há nenhuma influência. Os nervos e vasos responsáveis pela ereção peniana não estão envolvidos durante a cirurgia de vasectomia. Não existe nenhuma relação anatômica entre as estruturas supracitadas e o canal deferente. Depois de realizada a vasectomia solicita-se ao paciente permanecer utilizando um método anticoncepcional como antes, até completar 25 ejaculações. Alguns espermatozóides podem estar vivos dentro do canal deferente ou vesícula seminal. Por isso é solicitado o espermograma.

Um pesquisador publicou em 1993 na conceituada revista científica americana JAMA (Journal of the American Medical Association) que a vasectomia aumentaria o risco de desenvolver câncer de próstata. Este trabalho, apesar de ter sido publicado, foi considerado por muitos como tendo uma metodologia errada. Em outras palavras, “viciou” os resultados do estudo contra a vasectomia. Na prática, o risco não ocorre.

Geralmente, não. A vasectomia é permanente, mas muito raramente pode ocorrer repermeabilização dos ductos.

Cada casal deve decidir por conta própria qual o melhor método para eles. Tanto um como outro método são eficazes, seguros e permanentes para casais que não querem ter mais filhos. A vasectomia é um procedimento simples e seguro. Além disso, é mais barata e ligeiramente mais eficaz. Numa situação ideal, o casal deveria considerar os dois métodos. Se ambos são aceitáveis para o casal, a vasectomia deve ser o método de escolha por razões médicas: o procedimento é mais simples, com anestesia local e realizado em consultório.

Esta é sem dúvida uma das perguntas mais freqüentes em minha clínica de vasectomia. Para entender bem a resposta, pense no testículo como uma fábrica de espermatozóides. Quando o homem tem uma vida sexual ativa, aumenta a eliminação de espermatozóides. Conseqüentemente  há um estimulo  para o testículo produzir mais espermatozóides. Se a atividade sexual do homem diminuir, haverá uma diminuição desse estímulo no testículo e, conseqüentemente, diminuição da produção de espermatozóides. Se esse homem for viajar sem a esposa e ficar 3 meses sem contato sexual, o seu testículo entra por 3 meses em repouso da produção de espermatozóides. Na vasectomia, o que acontece é exatamente isso: o testículo entra em repouso, pois não há mais eliminação de espermatozóides pela ligadura do canal deferente. A informação que o testículo recebe é que esse homem parou de ter relações sexuais, e ele naturalmente pára de produzir espermatozóides. Não existe migração dos espermatozóides para o sangue ou para outras partes do organismo. Isso é um mito popular sem fundamentação científica.

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Dr. Mario Augusto Delgado

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